A Santa Fé Produtora & Patrimônio será responsável por recuperar a complexa estrutura da semicúpula da Capela São Pedro, localizada dentro do hospital Beneficência Portuguesa de Pelotas. No local havia uma significativa lacuna causada por infiltração, com perda da camada cromática, de argamassas e dos fasquios que compõem o estuque. As restauradoras Flávia Faro e Isabel Halfen, com a assessoria técnica de Fábio Galli, estão recuperando esta lacuna com técnicas e materiais compatíveis com os originais. Está sendo realizado o corte e reposição meticulosa dos fasquios faltantes, com consequente colocação da argamassa e massa de acabamento.

Para o restauro, diversas reuniões foram necessárias para identificar os danos e decidir as técnicas e materiais que deveriam ser utilizados para a recomposição ou substituição de elementos perdidos. Segundo as conservadoras, a restauração de capelas é um processo complexo que envolve a identificação de danos, a preservação de técnicas e materiais originais e a aplicação de métodos adequados para preservar a estrutura e sua arte decorativa. É uma tarefa que requer habilidades especializadas e um profundo conhecimento de história da arte, arquitetura e técnicas de conservação.

Motivo
A Capela São Pedro foi interditada em 2009 pelo risco de desabamento da semicúpula, o que só não ocorreu por conta do escoramento que a sustenta. O processo de degradação do estuque e das madeiras, que causou sérios riscos estruturais no local, foi consequência direta do período prolongado de infiltrações. Uma outra técnica utilizada é a consolidação, que consiste em fortalecer o material existente para garantir sua integridade estrutural. Está sendo usada uma resina para consolidação das madeiras atingidas pelos xilófagos. O processo de limpeza que está sendo feito no estuque também é de extrema importância, pelo intenso acúmulo de sujeiras ou poeiras.

O meticuloso processo de conservação curativa da semicúpula tem o objetivo de preservar a arquitetura e decorações originais, bem como garantir sua segurança estrutural para as gerações futuras. O projeto de restauro conta com o patrocínio da Josapar Alimentos, Biri Refrigerantes e Irmãos Jouglard. O financiamento é do Sistema Pró-Cultura RS/LIC do governo do Estado do Rio Grande do Sul.